Em Portugal morrem 79 pessoas por dia, 3 pessoas por hora
vítimas de cancro. Alimentação: conheça as verdades e os mitos
Recorde-se que o cancro é a segunda maior causa de morte em
todo o mundo. Contudo, pelo menos um em cada três cancros podem ser evitados.
A matemática é uma ciência exata,
e diante dos números que os estudos científicos sobre o cancro nos mostram,
concluímos que esta é, de facto, uma doença assustadora. O primeiro impulso é
fugir da informação e até há quem, mantendo um hábito de há duas ou três
gerações, nem o chame pelo nome, referindo-se à doença como “uma coisa má”. E
por mais que os tempos mudem e a ciência avance, quase ninguém olha serenamente
para os atuais números do cancro em todo o mundo. Queremos que se mantenham
longe, mas as doenças oncológicas são cada vez mais frequentes e, quem sabe,
próximas. A verdade é que quase toda a gente lida, ou já lidou, com um cancro,
seja diretamente ou enquanto cuidador, amigo ou familiar.
Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), no ano passado, registaram-se, em todo o mundo, 18 milhões de
novos casos, sendo 23,4% na Europa. Morreram 10 milhões de pessoas no planeta,
vítimas desta patologia. Em Portugal, é a segunda causa de morte e a sua
incidência aumenta, em média, cerca de 3% por ano.
Uma doença, várias tipologias
Os cancros mais comuns são o do
pulmão e da mama, seguidos de perto pelo do cólon e o da próstata. Mas esta
doença pode atingir qualquer órgão, sendo que alguns, como o de fígado,
pâncreas e ovário, são quase sempre mortais. Nestes casos, a expectativa de
vida raramente ultrapassa os 5 anos, sendo que alguns (o do pâncreas, por
exemplo) não costumam deixar o paciente viver muito mais do que 6 meses. Uma das
razões é que este tipo de cancro raramente dá sinais e, regra geral, só é
detetado em estágios avançados da doença — quando combatê-la é muito difícil e
as curas são tidas como autênticos milagres. Mas a ciência tem evoluído e,
segundo um estudo publicado na revista Lancet, a taxa de sobrevivência ao
cancro está a aumentar no mundo, mesmo nos tipos de cancros mais mortíferos.
Uma doença com muito efeitos
Outro nome que por vezes se dá a
um cancro é “doença prolongada”. De facto, são casos que normalmente envolvem
tratamentos de quimo ou radioterapia (por vezes combinados) e cirurgias que
exigem períodos de convalescença algo demorados. Os efeitos de todas estas
situações são agressivos e vão de um cansaço extremos a dores ou complicações
advindas da terapêutica, como alterações no peso, dificuldades em dormir e a
nível digestivo, com a alimentação dificultada e o apetite bastante diminuído.
A prevenção
Mas também há boas notícias, pois
embora a doença continue a proliferar, a probabilidade de cura é cada vez
maior, como aponta a American Cancer Society. E os estudos indicam que
30% a 50% dos casos podem ser evitados através de hábitos saudáveis. Não é por
acaso que governos de todo o mundo financiam campanhas a favor dos estilos de
vida saudável. E o aumento de pessoas que se dedicam a cultivar bons hábitos é
notório. No tempo dos nossos avós, não se falava do assunto, o tabaco era para
adultos e ninguém reparava que as crianças fumavam passivamente, e a prática de
exercício era mesmo só para quem gostava de desporto. Hoje, os ginásios estão
cheios e os cigarros são proibidos na maior parte dos espaços públicos. No que
toca à alimentação, as mudanças são significativas e os apelos à alimentação
saudável intensificam-se.
Prevenir cancro
Tudo pode acontecer. No entanto, as causas do cancro ainda
não são inteiramente conhecidas. E os números, mais uma vez, levam a pensar que
a aposta na prevenção deve ser feita por qualquer pessoa, em qualquer idade.
Indicamos-lhe as melhores maneiras de evitar este combate:
Ø
Rastreios -Não deixe de fazer os exames de
vigilância, conforme a sua idade, sexo e antecedentes familiares. Fale com o
seu médico. Ele saberá prescrever os necessários.
Ø
Tabaco -Se fuma, trate de procurar uma maneira
de largar esse vício o quanto antes. É certamente uma das causas principais de
cancro.
Ø
Álcool- Se consome bebidas alcoólicas com
frequência, comece a pensar em regular esse hábito. Sozinho, já tem efeitos a
favor da doença; quando conjugado com o tabaco ou a toma da pílula, aumenta
ainda mais os malefícios.
Ø
Açúcar- Tente esquecê-lo. As células
cancerígenas alimentam-se dele, o que aumenta a probabilidade de se
desenvolverem.
Ø
Alimentação - Escolha alimentos o mais frescos e
naturais possível, e evite aqueles que são muito processados, como bolos e refeições
industrializadas.
Ø
Sol - Precisamos dele para viver, mas não entre
as 11h30 e as 15h00, e muito menos em excesso. Prefira expor-se nos restantes
horários, em que as radiações são menos agressivas e use sempre protetor solar.
Ø
Exercício - O sedentarismo é a causa de muitas
doenças, e o cancro não foge à regra. Se não gosta de nenhum desporto, caminhe.
Meia hora por dia pode ser a sua salvação.
Ø
Poluição -É para evitar ao máximo e merece o
todo o esforço da sua parte.
Texto adaptado
https://observador.pt/seccao/vida-mais-vencer/
Sem comentários:
Enviar um comentário
A sua mensagem